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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Agridoce

Primeiramente eu gostaria de que todos que estão lendo isso entendessem que eu não estou me vangloriando nesse texto. Tudo o que eu falo aqui é baseado em opiniões alheias.

Mas, como eu falar aqui e o Celso Pitta falando mandarim debaixo d’água são igualmente compreensíveis, vou colar a opinião que  amigos meus me deram por MSN. Negritei as características principais para os preguiçosos de plantão.

Paula

Papoula diz:
*ok...
*bom, a primeira impressão que eu tenho é de contradições...
*ao mesmo tempo que a escrita parece refinada e madura, os temas são um tanto mais juvenis as vezes...
*Eu acho que parece um pouco com o verríssimo, mas o texto do verissímo, passa um pouco mais de experiencia que o seu...
*bom, mas a semlhança com ao verissimo é que apesar de ser um texto quase erudito, não é rebuscado, como vc diz, é refrescante...
*consegue ser claro e bonito sem ser enfadonho…
*mais contradições... ao mesmo tempo que os temas são extremamente pessoais, vc costuma fazer observaçoes externas... são poucos os texto que mostram algum sentimento seu. Então é quase como se vc fosse, assim, uma voz alheia...
*por vc se externalizar da situação sua visão é critíca, mas não é direta...
*daí o gosto ácido indistinguivel em meio a beleza e fluídez do texto...
*hmm... outra coisa...
*parece que vc está escrevendo pra alguém em particular, sempre...
*a idéia da pessoalidade, vc faz o tema parecer pessoal...
*e o tom crítico me faz sentir, "não, ele não disse isso, não foi pra mim, mas foi pra laguém que le conhece"
*é como se a gente (o leitor, eu) tivesse que direcionar a crítica, entendeu?
*é a picada que vc sente, mas só vai coçar mesmo depois
*parece que tem um objetivo... um leitor, ou um alvo...
*eu acho o máximo... deixa aquela ideia no ar, "será que isso foi pra mim?"

Juju

Juju diz:
*regra 1 de convivencia com a juju nas férias = nada de palavras mto utilizadas em vestibulares, por favor (incluindo dissertar) auhsauhsauhsuahsuahsuahsuahsu
*eu gosto do seu jeito de escrever pq ele é bem flexível
*o seu estilo é bem cheio de personalidade... é algo que dá super pra ouvir sua voz falando o texto
*é um texto bom pq não é um texto burro
*texto burro, pra mim, são aqueles textos super bonitinhos que no final afirmam algo obviamente óbvio
*sei lá, vc discorre (droga, o vestibular voltou) sobre temas diferentes, mas sem se perder na sua opinião, vc é bem firme... quando eu leio seus textos vc sempre me leva a pensar
*mas não é só pensar, é raciocinar
*a partir de um ponto vc cria um leque de opções
*mas não de uma maneira confusa, e sim de uma maneira bem clara

Giovanni

Giovanni diz:
*vejo q vc incorpora mto da vida contemporânea
*isso é mto legal
*noto q falta mto disso para despertar nos jovens o gosto pela leitura
*é raro abrir um livro q fala de MP3, por exemplo
*gosto mto disso
*vc tem um jeito mto leve de escrever
*o q torna a leitura bem prazerosa

Tunico

o==]|==Turucutuco==> 'Cause you know, sometimes words have two meanings.... diz:
*eu curto suas expressões, as figuras de linguagem
*vc n floreia tanto, mas a compreenção é perfeita
*uma coisa causa a outra, na verdade
*e isso favorece o desenvolvimento
*vc emprega os detalhes q tem q ser empregados qndo são necessarios
*vc n descreve o apartamento, por exemplo, pq n eh interessante pra quem lê
*tp qndo vc resolve se juntar a dor, é mto perceptivel qndo vc deixa de lutar
*da pra imaginar oq vc pensou na hora, saca?
*claro, vc escreveu isso lá, mas é interessante passar a cena como um filme
*acho q eh isso

Ninguém criticou, mas tudo bem. Elogio é gostoso, mas pensando bastante com uma amiga eu cheguei a uma conclusão extremamente banal sobre a forma com a qual eu escrevo.

Explico. Preste atenção em algumas das características que negritei. Claro, refrescante, ácido, refinado. Tudo isso funciona muito bem para um texto, mas uma pessoa poderia estar descrevendo a personalidade de alguém. Você é uma pessoa clara, refrescante, ácida, refinada.

Mas principalmente, essas são as características principais do quê?

De uma limonada!

Minha escrita é como uma limonada. E não é uma limonada qualquer, é uma limonada suíça! E eu ADORO limonada suíça! Acho que se só existisse suco de limão no universo eu seria igualmente feliz. Manga é muito forte, maçã é muito fraco, laranja tem pedacinhos que incomodam. Acerola é muito amargo, morango é muito doce. Somente a limonada consegue o equilíbrio perfeito entre força, fraqueza, entre doçura e acidez.

Claro que eu estou brincando aqui. Tanto em escritas quanto em sucos, é bom estarmos regados de variedade de sabores.

Eu só tenho que agradecer, porém, a todos os meus amigos e pessoas que me apóiam. Depois de toda essa análise “sucológica” – e também depois de muito tempo de escrita – eu finalmente tenho a sensação de orgulho com o modo com o qual eu escrevo.

Espero poder contribuir para a felicidade de todos como uma limonada suíça contribui para a minha. Sendo doce e ácido, forte e fraco, claro e nebuloso em quantidades homeopáticas e equilibradas.

Obrigado, meus amigos, e um brinde a todos!

http://littleindiachicago.com/catalog/images/lemonade.jpg

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Revogação

Prezada Humanidade,

É com grande pesar que gostaríamos de informar que não renovaremos seu contrato esse ano. Isso significa que todos os "Feliz Ano Novo" antecipados que V.Sas. deram aos amigos estão automaticamente anulados.
Infelizmente, 2010 não existirá para vocês.

Primeiramente, ressalvamos que os boatos sobre 2012 não são verdadeiros e pedimos encarecidamente para que V.Sas. desconsiderem qualquer publicação sobre o assunto. Isso inclui o cinema.

Pedimos para que V.Sas. entendam que, embora a Mãe Natureza & Deus Holding se reserve no direito de não desvendar informações sobre a não renovação do contrato de existência de todos os seres humanos no planeta, gostaríamos de fazer algumas clarificações:

1. Da poluição do meio ambiente. Uma das maiores razões para a sua demissão; A MN&D não mais suportava a falta de educação de seus sócios e funcionários despejando lixo em qualquer lugar da empresa. Mediante a completa danação, esperamos de coração que V.Sas. possam meter seu lixo no lugar que lhe cabe.

2. Da 'salvação do planeta'. Francamente, "salve o planeta"? V.Sas. se mostraram um pouco mais despretensiosos na sua entrevista, milênios atrás. Enquanto uma leve alteração de temperatura provoca chuvas, enchentes e mata milhares de V.Sas., funcionários, pedimos que, mesmo estando fora da existência física, V.Sas. reavaliem a sua posição e percebam quem é que precisa de salvação.

3. Do aquecimento global. Aquecimento global não é um fenômeno novo. É, aliás, bem comum, principalmente para nós que construimos essa empresa. O efeito estufa vai acontecer, e vai haver outra era do gelo como sempre foi. Diferente do que V.Sas. aparentemente costumam pensar, a Terra já girava antes da sua contratação e certamente continuará girando após a sua demissão. De fato, isso só não ocorrerá caso V.Sas. dêem um jeito de explodir o planeta - eis, pois, outro motivo pelo qual 2010 não será um bom ano para V.Sas..

4. Das guerras. Uma é pouco, duas basta. Três é o estopim. Na verdade, uma só já é o estopim. Se nossos sócios e funcionários não são capazes de conviver e trabalhar com eles mesmos harmoniosamente, não há nexo que eles possam ter o direito de conviver com pessoas de cargo mais elevado na empresa. Mediante a sua incapacidade de promoção, não achamos interessante mantê-los na empresa.

5. Do funk. Sinceramente, seres vivos capazes de produzir ou sequer tolerar tal aberração sonora não merecem convívio social. Visto que, como dito por um de nossos mais exímios funcionários, 'o homem é um ser social', os primeiros que riscamos da nossa lista foram os seres humanos que possuíssem qualquer relação com essa falha socio-musical.

6. Das eleições. Nas últimas, tentamos lembrar V.Sas. de que animais como antas, burros, jumentos, porcos, cobras, bichos-preguiça e frutos do mar não estavam concorrendo para presidente. Sua falha em nos ouvir fez com que V.Sas. caíssem drasticamente em nosso conceito.

Anunciamos um prazo de uma semana para que V.Sas. possam entrar em pânico, rezarem inutilmente e saquearem supermercados e sex-shops. Após excedido esse prazo, precisamente no dia 31 de Dezembro de 2009, mandaremos um cataclisma que visa exterminar qualquer vestígio de humanidade no mundo.

Gostaríamos, finalmente, de lembrar que aqueles que observaram os tópicos acima e, têm a certeza no coração de que a sua sobrevivência transcendental irá satisfazer à MN&D, poderão participar de um concurso realizado no dia 28 de Dezembro.

Para mais informações sobre o concurso, favor acessar o site www.eurealmentenaoqueromorreranoquevem.com e preencher o formulário de inscrição. Informamos que são 3 bilhões de inscritos por vaga, um homem e uma mulher. O sistema de cotas não se aplica a esse concurso por ter sido péssimamente concebido em primeiro lugar.

Por fim, informamos que não haverá maçãs para os ganhadores. Da última vez que fizemos isso acabamos por espalhar o pecado no mundo.

Sem mais a dizer, despedimo-nos,
Mãe-Natureza e Deus Holding Ltda.

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segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Adulteza

De tudo mais, sinto falta da humildade despretensiosa da infância. Quando o mundo não passa dos nossos brinquedos e brincadeiras com os amiguinhos e não há necessidade de sabermos mais do que nos cabe.

À medida que essa ‘coisa grande cheia de janelas’ vira um prédio, aquela ‘vontade de não ir para aquele lugar’ se transforma em medo e ‘aquela dor estranha no meu peito’ vira paixão – quando as coisas do mundo começam a ganhar nome e função – dizem que nossa mente se abre.

Sempre fui da opinião “quanto mais aberta nossa mente, melhor”, mas e o "só sei que nada sei"? Será mesmo que abrir a cabeça funciona? Entender e conhecer o mundo? Acaso isso não nos tornaria pessoas cada vez mais arrogantes e cheias de si? Senhores da verdade?

Como já dizia a música da banda Evanescence, “Quero voltar para acreditar em tudo e não saber nada”. A adolescência se provou ineficaz na minha vida (e certamente na de grande parte das pessoas). Nossos complexos de sabedoria nos faziam imbecis. Hoje já não dá mais pra consertar, mas pelo menos acabou.

Quanto a ser adulto… sinceramente, estou desapontado. Conviver com adultos só parece uma repetição mais hipócrita da minha adolescência. Jovens que fingem ser maduros e que, no final das contas, tudo que querem é conversar sobre seus amores e seus lazeres. Muitos dos meus colegas mais responsáveis querem é jogar jogos no videogame e sair na sexta à noite, comer uma pizza assistindo a uma animação na casa de um amigo. Jogar um RPG! A máscara do trabalho e da responsabilidade fala mais alto muitas vezes. A grande máquina da opinião alheia é por demais destrutiva. Têm por obrigação serem maduros e, por tentar simulá-lo, tornam-se mais infantis.

Adolescentes acham que sabem de tudo. Adultos têm certeza disso. Essa soberba, esse preconceito nos torna mais fracos e dependentes. No fundo, gostaríamos todos de voltar a infância, mas não é para não ter responsabilidades, não; é para não precisarmos ficar nos enganando dia após dia sobre o que nós queremos, sobre o que nós não queremos. Queremos poder ser criança para podermos finalmente ser francos com o mundo.

A terceira idade, a idade adulta e a adolescência são mímicas toscas do que os nossos sonhos de infância não conseguiram realizar quando nós mesmos caímos na tola tentativa de perseguir a felicidade absoluta.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Revanchismo

No último encontro falei sobre a dor. Muitas coisas me vêm a mente agora: carma, teimosia, “lei de Murphy”, “lei da atração”, birra (de Deus, principalmente), psicologia reversa.

Não faz muito tempo que assenti. Sim, a dor existia, estava lá e, enquanto não me matasse, eu continuaria. A minha era a paixão solitária.

Mas foi-se.

Ora, a própria Dor a quem eu estava agradecendo no último post simplesmente decidiu ir embora. A paixão que não era correspondida simplesmente correspondeu. E minha cara, como fica na história? E a poesia do último texto? Ideologia? Há!

Essa Dona Dor conseguiu dar uma rasteira no meu ego! Fez parecer toda a minha ideologia heróica e conformista uma tremenda hipocrisia poética! E o pior? Não tenho nem o direito de ficar bravo. Alguma coisa chamada felicidade me impede de brigar com a dor.

Céus, o que estou dizendo? Quer dizer então que estou achando ruim por não estar sentindo dor? Soa irônico e hilário. Tragicômico, mas é isso mesmo. Acho que no final das contas a dor era um grande bloco do que me construía. Algo que eu vinha sentindo há muito tempo, um drama sobre o qual eu montava toda a minha personalidade.

Sinto falta da dor por sentir ter perdido algo de mim, mas na realidade também me sinto despido numa multidão. Infantil, meio sem rumo. Sem dor, o que resta de mim?

Sei que pouco sei, mas consigo ver uma oportunidade de amadurecer com tudo isso. A felicidade está presente. A dor pode voltar, mas voltará diferente. Amo a forma que me sinto agora, mas, se porventura me voltar a doer, estou convencido de que serei uma pessoa diferente.

O amor propriamente dito, estive pensando, é o melhor professor sobre si mesmo.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Dor no pé

E
u estava correndo quando pisei no caco. Quando aconteceu, não parecia mais grave do que alguma pedra ocasional que eu pisasse. Só fui ter uma idéia do que aconteceu quando senti meu sapato mais pesado e molhado.

Parei por um instante. Ao tirar o sapato já notei a meia encharcada de sangue. Pensei ser um ferimento pequeno, mas ao mesmo tempo que raciocinei que o sangue era muito, ja havia tirado minha meia e analisado a ferida. Era pequena, mas profunda, um pouco abaixo da dobra entre o primeiro e o segundo dedo do pé.

Não soube se era uma pontada na barriga ou no machucado (ou nos dois) o que senti na hora, mas fui mancando até meus pais e mostrei o ocorrido.

Fui medicado.

Na outra semana iria para a praia. Meus pais não poderiam me deixar sozinho em casa. Minha mãe meteu inúmeras recomendações em minha cabeça, a maioria das quais foi embora no primeiro minuto em que vi o mar. O mar é excepcionalmente maravilhoso para nós, mineiros.

Logo no primeiro dia quis entrar no mar. Meu pai me advertiu quanto ao perigo, mas não resistiu ao ver minha tremenda convicção e teve pena da minha enfermidade quase incapacitante. Decidiu ele mesmo ir comigo, entenda, caso acontecesse “alguma coisa”

Fui no colo até a margem da praia, a borda entre o mar e a areia. Meu pai me colocou no chão de chinelo e com o ferimento enfaixado, mas a areia era fina e penetrou, logo nos primeiros passos, até tocar o sensível. Doeu, sim, mas não o suficiente para me derrubar.

Andamos bons cem metros de tranquilidade, conversando, até que o mar, imprevisível como só, lançou-nos uma daquelas ondas que terminam nos nossos pés, gelando-os, se ainda não estiverem molhados. A areia, se era fina e traiçoeira, nao era párea para a água e o sal que ela carregava consigo. A mistura que entrou pelo meu curativo pareceu perfurar minha pele, atravessar a carne do machucado e carcomer minha alma!

Dor, ó dor, pensei e olhei para o mar e a praia, não é você quem vai me segurar! Todos os meus heróis de infância eram fortes e suportavam a dor para chegar aonde queriam. Era apenas natural que chegasse a minha vez de experimentar o momento em que eu teria que provar para mim mesmo que era como eles.

Meti em minha mente que eu deveria ser forte. Meti em minha mente que aquela dor excruciante não era nada, era só um cortezinho no pé. Logo o pé, aquela parte esquecida do corpo da qual muitos tem até asco!

Era falho. Os argumentos insólitos que eu usava para eufemizar minha dor, na verdade, vinham e iam do mesmo jeito que os vaga-lumes piscam e somem ou que os peixes pulam e mergulham na água em um piscar de olhos. Tudo para o qual eles serviam era, ao invés de minimizar a dor, aumentá-la, teimando em me lembrar de que ela existia e estava ali, implacável, irredutível.

Eis que numa reviravolta mental, briguei com a dor. Discutimos a relação como um casal insatisfeito.

É assim, é? Você vai estragar minhas férias? Perguntei a ela. Ela só ria, como um menino levado protegido dentro de um carro. Não vai ficar assim não. E, lembrando de quanto mais alto formos, maior é a nossa queda, assenti. Sim. A dor existe. O machucado é grande, dói mesmo!

Uma das grandes formas de vencer um inimigo é juntando-se a ele. Numa fração de segundo parei de reclamar da dor, parei de mancar. Ela estava lá, ela era mais forte do que eu. De que adiantava lutar contra ela? Por que não tentar conviver com ela?

A dor, caros amigos, é uma forma do seu corpo mostrar para você que algo de perigoso o está violando. A dor não é um carma, é uma bênção, um mecanismo de defesa estrategicamente bolado.

Terminei o percurso pela praia e também as minhas férias. Eu, meus pais e minha dor.

Esses dias tenho estado apaixonado e, como muitos, não sou correspondido. A paixão é mais uma dor no pé e eu não sou um herói de desenho-animado que lutará contra ela.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Por lentes

Sempre há quem goste de tirar fotos. Ficam todos cheios de si quando vêem uma lente apontada em sua direção. Há quem não ligue e finja que as lentes não existem. Há quem não goste mas não liga. Há também quem não goste e coloque a mão (ou qualquer coisa ao alcance) na frente.

No final, o mundo, com toda a sua vastidão de pessoas e objetos, proporciona infinitas possibilidades de fotografia. Independente de objetividade (o eterno paradoxo fotográfico de capturar um momento real, concreto e objetivo e ao mesmo tempo uma mensagem simbólica e subjetiva), é na natureza que encontramos a inspiração, a peça, a obra.

Quem não admira um retrato infantil sorridente ao brincar com uma bola? Ou uma fotografia de um beijo apaixonado de casamento? Quem não sente aconchego ao vislumbrar a imagem de um casal de idosos lendo juntos em frente a uma fogueira? Afinal, quem não fica maravilhado ao ver a foto do crepúsculo ou da aurora?

Um fotógrafo que é artista irá induzir suas próprias experiências para dentro da sua imagem. Ele lançará ao mundo suas sensações e suas impressões. O artista é empregado do que existe, constantemente eternizando a vida.

É irônico o fato de que é impossível viver e fotografar. Quem vê a vida por lentes dá um grito mudo de sua eterna vontade de participar do momento que presenteia o mundo.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

En garde!

Os jargões da Esgrima, como o do título desta postagem estão cada vez mais próximos de nós e mal percebemos.

É claro que nem tudo é um duelo de esgrima. A esgrima foi um esporte popular entre a classe aristocrática desde o século XVI, mas poucos sabem que até hoje lutamos esgrima. Com as palavras.

Num jogo de argumentação, é preciso armas e métodos similares ao duelo físico em si. Primeiramente, duas pessoas inteligentes. Duas pessoas inteligentes bem armadas. Os floretes são as palavras. Palavras – você vai descobrir – podem se provar tão ou mais afiadas do que um florete. São fortes, às vezes, são rápidas.

Tem-se que medir os movimentos, prestar atenção na arena. Até onde você pode avançar? Qual é a sua margem de segurança? O que um avanço pode significar?

Quando o duelo começa, efetivamente, tem-se que ter preparo físico. Armar sua defensiva, atacar (há quem diga que a melhor defesa é o ataque). Prever, principalmente, os movimentos do adversário. Confundir o adversário.

Como em esgrima, argumentar necessita de todas essas pequenas estratégias sociais. Elas estão mais próximas de nós do que a luta em si. São universais. Hoje em dia, quem não luta esgrima é levado pela enorme maré de lutadores proficientes.

Quando chega a hora do Touché… quando chega a hora da estacada final, tem-se que impalar o adversário. Esgrima originalmente era lutada até a morte. Hoje em dia, o esporte permite que o adversário após derrubar sua contraparte, dê-lhe a mão e ajude-o a levantar.

Será a esgrima argumentativa universal similar ao esporte

Ou à guerra?

terça-feira, 3 de março de 2009

Vela

No começo é tudo cera firme com um pavio imponente e analítico.

Como que por um movimento falho, um mísero átimo de fricção, eis que me surge uma faísca para ofuscar o altivo pavio e ele acende.

Acende o fogo quase que instantaneamente. Destrutivo, quente como o inferno. O fogo é laranja, ardente de vida. O fogo é intenso, é vibrante, dançante, hipnótico.

Ora, um perfeito espetáculo, beleza incessante para quem vê. Um show de horrores para quem sente. Todos admiram, mas ninguém põe um dedo à prova ao temor de uma queimadura.

Oh, fogo imenso, este mero pavio agora curva-se em louvor à sua grandeza. Faz-me pequeno, rende-me inútil. Faz-me negro de dor com sua majestade diabólica! Queima-me por completo!

Porque o fogo não só desfaz o que é simples e estável. De fato o fogo corrói toda aquela cera, aquela estrutura, aquele suporte infinito, aquele mundo branco e confortável. O pavio curva-se ao seu mundo que derrete abaixo dele. Desfaz-se o chão.

Quando por fim acaba a vela, o que resta? Restam as cinzas, o cheiro azedo de memórias de um passado de parafina. Eis que se acaba a luz. Está findado o espetáculo. O fogo morre e deixa para trás um mundo gris. Um mundo inútil. Um resto de vela não mais vela.

Resta o contentamento da fumaça que por mais cinza que seja é leve. E ascende.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Batismo Digital

Estava eu a conversar com um amigo no MSN sobre Orkut...

• Leon says:
me passa seu orkut plz
kisuke says:
n tenhu n.....
kisuke says:
^^
• Leon says:
o.o oloko
kisuke says:
kkk
• Leon says:
existe individuo sem orkut no brasil hoje em dia?
sua raça ta em extinção viu.... hoje em dia quando vc NASCE é criado um orkut pra vc

Eu falo isso porque vi isso acontecer duas vezes com minhas primas. Minha prima ficou grávida. Assim que nasceu o bebê ela criou um orkut com o nome dela e colocava fotos. E as pessoas mandavam recados (e eram respondidas o.O).

Hoje em dia no Brasil, é verdade, é raro achar alguém que não tenha Orkut. O tópico já foi comentado à exaustão. Todos estão cansados de saber que é uma coleção de coisas juntas. O surto de desenvolvimento que nosso país está sofrendo (desde a propagação da banda-larga em 2003), a personalidade cultural do brasileiro (extrovertido, sociável), aliados ao fato do brasileiro ser o campeão de tempo de conexão (segundo o ibope, 23,33 horas por mês só na net).

Orkut tornou-se uma alternativa ao "oi, tudo bem? de quê você gosta? me passe seu telefone". Minha mãe quando ouve falar disso arranca os cabelos. Não concorda. Minha avó já diz que o mundo está perdido. Eu me sinto quase mal por discordar, mas eu não acho que isso seja nenhum presságio apocalíptico. Quando Graham Bell lançou o inovador telefone, a galera deve ter pensado "blasfêmia!", "pecado!", "enviado do demônio". Sem hipérboles, devem ter pensado que as pessoas iam se desumanizar porque com o telefone não se tinha contato direto com a pessoa. Televisão, mesma coisa. Hoje a pessoa leva o telefone dentro do bolso para onde quiser e, pior, pode assistir televisão nele. Nem por isso o contato social deixou de existir. Acho o tal 'efeito wall-e', se não impossível, muito distante. Já dizia o fodão, "o homem é um ser social".

Potencialmente, para consolidar mais ainda o meu épico eu-crítico (a.k.a. 'do contra'), eu acho que as novas facilidades e inutilidades criativas que a internet poporciona são úteis até para o inverso do que se diz. Sinto que meus amigos que têm Facebook, Skype, Flickr, Orkut, MSN e jogam online estão presentes em minha vida em muitos mais 'programas' do que os que só mandam e-mail. A internet tornou possível o impossível: passar muito mais tempo com os amigos do que o de costume. Isso diminui o tempo que você leva para se decepcionar com ela, o que antecipa a formação da sua maturidade. (não, isso não se aplica a todo mundo, mas o que se aplica? Mulheres gostam de homens e homens gostam de mulher? Pense de novo.).

O homem é conhecido pela sua adaptabilidade. Se formos sempre tradicionalistas e contrários à evolução, então ela não existe. Hoje portanto, ponderei sobre criar um Flickr. Amanhã estarei criando um Orkut para meu filho recém nascido. E quem quiser reclamar já está um passo atrás.

sábado, 17 de maio de 2008

A Cadeira

Mesmo que eu quisesse vê-la em preto e branco, lá estava a cadeira, em todo seu esplendor de cores. Eu fui rendido então a apenas fotografá-la exatamente como eu a sentia. Com mágoa. Com dor.

Os matizes, sim, me irritavam. Como poderia a cadeira vazia estar lá, colorida, alegre, enquanto tudo desabava dentro do meu mundo? Que direito tinha a cadeira de regozijar a vida, enquanto eu era corroído pelo desejo do ser que ali se sentara?

A cadeira me encarava como um adversário do xadrez. Fitava-me marota, como se num próximo movimento que eu fizesse, fosse-me derrubado o rei.

Não se estivesse cheia. Não se servisse a qualquer um que se sentasse lá. Aquela cadeira estava marcada. Era a cadeira em que se sentara apenas mais uma de minhas paixões eloqüentes. Imaturas. A cadeira, agora, encarava-me adulta. Logo tornara-se a cadeira toda a minha imaturidade e logo não era somente a ausência que ela vazia representava, mas também a própria existência da magra armação de madeira que desafiava-me os sentidos e os princípios.

A cadeira que segurara uma paixão. Assegurara uma paixão. De fato era isto que ela era. Não uma cadeira vil que ralhava em silêncio contra minha adolescência, não. Era a cadeira que se curvava para o sentar-se da minha paixão. A magra armação de madeira, era em formato de um círculo, o círculo da proteção que ela quieta oferecia. E ela, em toda a sua humildade, deixava-se assentar oferecendo ainda o conforto e o calor. Oferecendo o descanso.

Como poderia eu tê-la julgado assim tão precipitadamente? Que direito tinha eu de não analisá-la,enquanto ela calada deixava-se avassalar por minhas vãs, fúteis críticas?

Eu havia sido impulsivo. Eu deveria ter repensado minhas alianças.

Não era a cadeira a minha inimiga. Era o vazio. Era o silêncio.

sábado, 15 de setembro de 2007

Ode à Vagabundagem


Antecedendo o texto, novamente, vão as desculpas pelo quão deliberado ele está. Escrevi sem organização. Divago demais para revisar. E além disso.... a euforia é tão grande!


Não obtive sucesso algum em perceber o motivo pelo qual não se consideram mais filósofos tanto quanto antigamente. É porque hoje existem atores, cantores e jogadores de futebol? Mas a Grécia foi pioneira em teatro, música e esportes!


Excluindo, naturalmente, a formação científica dos filósofos de antigamente – e o faço por uma razão dramática – o pensamento, e principalmente a consciência humana foram vertidos a uma categoria minoritária nas prioridades de nossa vida. Hoje se trabalha para sobreviver, e calcula-se para o mesmo. É casa, trabalho, trabalho, casa. À família restam socos molhados de álcool.


O tempo passa, e o ser humano não tem tempo para pensar. O capitalismo consumiu toda a liberdade do homem, e o fez trabalhar e trabalhar para sobreviver. Bem aventurados os servos, que, em sua infinita pobreza, eram felizes por estarem servindo ao rei. Em sua infinita pobreza, tinham seu papel fixo na sociedade em que viviam. Mas eram outros tempos.


O ser humano ao longo de sua existência tem perdido a mágica da divagação. Pensar, imaginar, criar. Hoje é tudo regido por um capitalismo intenso. Não se escreve para as musas, não se pintam os deuses, não se toca por pensar! É tudo para vender, e os outros seres humanos não são a sociedade, são apenas consumidores. Lembro-me da cena do filme animado da Pixar, Madagascar, onde Alex, o leão, em sua cegueira por comida, logo vê todos os seres à sua volta se transformar em pedaços de bife. Inclusive seus amigos.


Não se divaga mais. Vivemos como máquinas. A arte de flanar foi sendo perdida, e excêntricos são aqueles que teimam em mantê-la.


Hoje sou crucificado porque me recuso a estudar. Punido por exaltar a liberdade. É como se tudo que eu fizesse e pensasse estivesse fora do campo real. Como se eu fantasiasse o tempo inteiro. É como se eu não fosse confiável. Quase como se eu não fosse uma boa pessoa. “Oh, ele não tem o segundo-grau!”, “Oh, ele não tem nível superior”, “Oh, ele não tem mestrado!”. Tem-se medo dos não estudados? Quem rouba mais tem dúzias de diplomas pregados na parede! Quem rouba mais é esperto o suficiente para ser absolvido, afinal, eles fazem suas próprias leis. Não há divagação nisso. Há ganância.


Ora, a culpa não é minha. A culpa, meus amigos, é da humanidade que falha em ver a divagação como um pleno exercício da faculdade de pensar.

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

E não me chamem de revolucionário pensando nesse termo como pejorativo. Prefiro ser chamado de lunático e ter lunáticos que me compreendam a ser chamado de revolucionário e ser tido como um conjurador sem base. Como disse minha professora de história, desqualificar os movimentos é o princípio ativo para fazê-los perder força. Pois bem, que sejam jogadas as pedras!

Não existe maturidade sem liberdade. Julga-se que adolescentes são possuidores de idéias lunáticas para mudar o mundo. Bem, eles não são capazes disso por causa do protecionismo intenso que existe pelos adultos.

Antigamente, os meninos com quatorze anos começavam a trabalhar com o pai na fazenda, na oficina. Aos vinte já estavam casados e aos vinte e três já sustentavam família.

Hoje se reclama de meninos de faculdade (leia-se vinte, vinte e um anos) que espancam uma mulher após beberem e se drogarem sem limites.

O discurso de um menino de rua que joga pauzinhos para cima no sinal para conseguir trocados que sustentem seus dezessete irmãos é totalmente diferente de um da mesma idade que troca de tênis ou celular mensalmente porque “cai de moda”.

Ambos sabem que o crime mata. Este por vê-lo na TV, aquele por vê-lo em sua frente. Pergunte qual é mais maduro.

Deve-se saber exercer a liberdade. Sim, concordo, mas não se nasce sabendo ler, e nem gostando disso. Não se nasce uma estrela no futebol. Robinho treinou. Ronaldinho já falhou muitas vezes antes de se tornar o que é. A liberdade deve ser aprendida, adquirida, estimulada e treinada.

A feira de cultura do dia 25 foi uma amostra de como a liberdade de escolha da forma de desenvolvimento de um trabalho, e como colocá-lo em prática ajuda uma pessoa a assimilar o conhecimento.

A feira foi uma prova do quão maduros podemos nos mostrar, se nos for dado um pinguinho de liberdade.

domingo, 8 de julho de 2007

"Pan" e Circo

Fiz esse texto correndo, quase com raiva. Não revisei e não o farei. Às vezes é bom publicar os textos crus. Olhos críticos acabam censurando muito e deixando tudo muito cheio de pompas. Tema livre, eh? Exerçamos, pois.

A versão brasileira improvisada da quinta de Beethoven retumba nas televisões do nosso país. No Rio de Janeiro, a polícia militar, a civil, o exército, a Guarda Nacional, a Interpol, a SWAT e a Scotland Yard gerenciam as praias e a nova jóia da Lagoa, com ‘olhos atentos’, como disseram no Fantástico.

Enquanto o mundo ressoa as músicas de bandas recém reformadas, como The Police, em prol de um mundo melhor sem gás carbônico nem George Bush, o Brasil novamente põe-se a respirar o esporte.

São os meninos de morro que deram certo na vida que orgulham nosso país. E quer saber, eles é que estão certos. Não perca seu tempo estudando décadas. Solte pipa e jogue bola desde menino, vá jogar futebol num oficial que, garanto, você vai ficar muito melhor de vida que qualquer pós-graduado.

Pensando bem, os políticos também estão certos. E a mídia. E essa aliança. Nossa organização político-social faz inveja a Júlio César. Ele precisou de 15 anos para fazer o que nossos governantes fazem em quatro. E têm feito de quatro em quatro. Agora é só jogar gladiadores no meio do novo estádio da Lagoa Rodrigo de Freitas.

Antes do Carnaval, o Brasil chorava por João Hélio. Veio o Carnaval. Fez-se noite e manhã. Depois de muitas e muitas coisas, o Brasil agora chora pela moça que não morreu. Sirley, aquela que foi espancada. Que venha o Pan, para nos fazer esquecer as dores.

Todos reclamam da corrupção, da roubalheira, dos quatro meses de trabalho apenas para impostos, da violência, dos aeroportos. Nada importa, quando temos Robinho! Nem o Cristo Redentor escapou!

No final, tudo está bom, lindo, perfeito com esse Pan. Os políticos fingindo que estão governando, os meninos fingindo que estão felizes, a mídia fingindo que isso tudo é bom, e nós fingindo que estamos orgulhosos desse nosso país.

quinta-feira, 28 de junho de 2007

O erro no desejo do acerto

"De pessoas com boas intenções, o inferno tá cheio", me disseram uma vez, e não entendi de imediato. Só depois consegui enxergar que há pessoas que querem apenas o nosso bem, e, sem querer/saber fazem a nós o mal (desconsiderando a total relatividade desses conceitos).

Dizem muito sobre a sociedade. Reclamam de desigualdade social com a boca cheia, como se obtivessem cada partícula de razão para fazer uma reflexão filosófica, e acabam atribuíndo a ela a culpa do fracasso da experiência humana na terra. "A sociedade atual...", "...da sociedade moderna".

Temos preconceito. Temos racismo. Temos homossexualismo. Temos sexismo. Que são fatores agravantes para a decadência da relação social, isso é evidente. Não é conclusão exímia dizer que as pessoas deviam pensar nos outros como nelas mesmas. Não é maduro, porém, jogar a batata quente para a sociedade. Fazemos parte desse todo, assumamos a nossa responsabilidade. E não venha dizer que faz a sua parte. Ficar quieto no seu canto não é fazer a sua parte. É muito fácil ignorar o mendigo que carece na rua. Não se ache o exemplo de humanista por achar hediondo que jovens de classe média-alta espanquem uma mulher por pensá-la prostituta, e expor a Deus e o mundo que você nunca faria isso. O mundo não quer saber o que você não faria. Deus muito menos. "... porque a sociedade não tem cara quando lhe cabe a responsabilidade dos problemas (...) E você? Já pensou no quão culpado é na transformação do mundo no que ele é hoje?". A frase de Thiago Cobra faz revermos conceitos de maturidade social - extremamente paradoxais, assumo - que estão cravados dentro de nós mesmos. Valores que somos imbuídos ao longo da nossa jornada no planeta, e que podem não estar mais coerentes com os dias de hoje.

A essa subversão da idéia da sociedade e ao aprofundamento da maturidade social que culpamos a inconsciência. Os problemas sociais de preconceito supracitados estão longe de estarem errados. O preconceito não nasceu como uma coisa ruim. O preconceito tornou-se uma coisa ruim ao longo do tempo, à medida que foi desbotando na ordem social.

Explico. Aquela sociedade que conheciamos, e que julgamos até hoje como nossa, foi construída com base no medo. Pensar diferente, dentro do absolutismo dos nossos antepassados, era motivo de morte. Ser diferente, pior ainda! Os papais da época do absolutismo criavam seus filhos para não se revolucionarem, para que não morressem. Que pai cria o filho para morrer? Os papais da inquisição criavam seus filhos para amar Deus sobre todas as coisas (ou amar a Igreja sobre todas as coisas), para que não lhes houvessem que chorar às cinzas. Os papais da ditadura militar criavam seus filhos para que não falassem do governo, não conspirassem.

Os papais eram tão amorosos que acabaram por criar um senso comum do que é bom e o que é certo. Afinal, não se mexe em time que está ganhando. Por puro amor. Por pura inocência. Por puro medo.

Hoje em dia, ainda se cria os filhos com base no medo. Mas o medo de hoje é reflexo do medo dos nossos antepassados. Criamos nossos filhos temendo que eles sejam rejeitados na escola, no trabalho, no mundo. Criamos nossos filhos para que sobrevivam, não para que sejam felizes.

Não culpo os pais de antigamente por obrigarem seus filhos a implorar de joelhos a misericórdia divina. Tudo que fizeram foi por amor. Foi por amor que
Dédalo deu as asas que tomariam seu filho, Ícaro.

O preconceito é o filho mau do medo. O filho bom é a organização social. Se queremos mesmo reclamar da sociedade de cara limpa, sem que precisemos sentar nos próprios rabos, não podemos rechaçar o preconceito, e nem elevar a organização social. Devemos lutar contra o medo, que é uma grande luta interna. Quando não mais formos dominados por esse medo, então estaremos livres do nosso papel antagônico na sociedade.


Duas coisas me iluminaram para este texto. A prova de Redação que fiz hoje, e o texto do meu grande amigo, Thiago Cobra, que fala sobre o paradoxo humano. Uma filosofia de vida antifóbica que tenho adotado há alguns anos também foi imprescindível para minhas conclusões acima. Ainda (e sempre) as considero incompletas e ajustáveis. Portanto, por favor deixe a sua opinião! Tenho aprendido a ver o outro lado das coisas ruins. O lado bom do preconceito, o lado ruim da família. Isso não quebra minhas convicções. Não deixo de achar que o preconceito é errado, e nem que a família é algo bom, mas sou muito mais completo e sinto-me muito mais embasado quando critico. Não acho que podemos fazer nada sem pensar no outro lado. Não acho que podemos dizer que algo é ruim ou bom se não analisarmos por inteiro. Apenas o medo impede essa filosofia. Por isso digo que sou antifóbico ^^

Se vc leu tudo até aqui, parabéns pela sua enorme paciência! E muito muito muito obrigado!

sábado, 9 de junho de 2007

Devourer

Um momento pendente.

Um pequeno átimo de razão, um lapso de consciência em meio a todo esse recente turbilhão de magia.

Subitamente desaparecem-me todos os nomes, todas as máscaras. Tudo é gris.



Minhas derradeiras folhas de papel esvoaçam ao longe. Eu as pegaria se não estivesse sendo aspirado novamente. Arrancado de minhas raízes e posto a crescer num mundo diferente: um mundo indiferente.

Espero agora, por um átimo desgraçado. Um singular momento pendente.







O culpado, por incrível que pareça, é um jogo. Lineage 2 tem sido o vórtice de fantasia que tem me tirado da realidade ultimamente. Não que eu não goste. Pelo contrário. Só sinto que jogo mais que devo, e tenho perdido alguns momentos de divertimento saudável.



Bom, vejo todos (pff....) depois.
Adeus!