quinta-feira, 29 de abril de 2010

Votum ex Trunco

A ti, Pai, venho hoje para não pedir nem implorar. Nem explicar fraquezas. Também não me desculpar.

Hoje pai somente desejo agradecer por ter sido construido como sou: Imperfeito, defeituoso. Talvez quebrado e faltoso.

Graças ao Senhor

Porque não apenas o digo de paixão, nem louvor ou fé em pureza. Digo-o principalmente de lógica. Minha razão é minha fé por excelência. Digo-o pois se fez claro, depois de tantos anos de ignorância - essa necessidade de aceitação - aquilo que fizeste e o porquê.

Até hoje não havia sabido pra que, afinal, a árvore, se onisciente como só, soubeste desde o princípio que a maçã ao homem viria? Com tanto amor que externa, porque então tentar o homem?

Mas não apenas onisciente, onipotente, onipresente… cheio de amor e entendimento. És principalmente o melhor dos estrategistas. Dos primeiros a perfeição tolheste e neles o pecado imbuíste. Aquele pecado vil e infame, que corrói e de ti nos faz aparte. Pra que?

Porque a perfeição e a proximidade do Senhor tanto corrompe quanto o pecado. Qual lógica paradoxal e brilhante! Ora, imagem e semelhança não se faz identidade. Ninguém é Deus. Ninguém se faz Deus. Proximidade – a chave – não é semelhança.

Se homens e Deus são dois lados da moeda da fé, que homem seja Cara e Deus seja Coroa. Que a tenra diferença entre ambos – aquela que não é a forma – seja a perfeição.

De fato Cara nunca será Coroa. Homem ao tentar ser perfeito, profana a Tua Criação. Homem ao tentar ser perfeito cospe em seus irmãos.

Porque sou faltoso como homem, como meus irmãos que me circundam, Graças ao Senhor.

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