segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Carnaval III

Terceiro dia:

Quase o fim dele, na verdade. Hoje o sol queimou. Embora eu não estivesse sob ele, sentindo minha pele se desmantelar em bolhas escaldantes, o sol queimou.

Não abri minha janela novamente, mas foi ao acaso. Há quem diga que o acaso não existe. Não tenho uma opinião formada. Sei que não abri a janela hoje, e não estou me sentindo mal. Quem diz que acaso não existe, favor providenciar uma teoria.

Hoje o mundo estava tão parado quanto nos últimos dias. Na verdade o dia foi mais parado do que a noite. Na verdade o sol brilhou mais à noite. Seu fervor espalhou chamas por todo o mundo à noite.

Hoje o fogo do caos, da destruição, do descaso e do terror encheu a noite, iluminou as pobres almas que assistem a esse drama há meses. Fez da carne pó, fez do osso pó, fez da alma pó.

E quem perguntar o que é que se fez do amor e da amizade.

Que perguntem ao sol, porque ele ilumina mas também queima.

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