Primeiro dia:
Já não há mais sol. O mundo hoje parece ter parado de girar. Ninguém na rua, ninguém nas janelas dos prédios vizinhos. Alguns gritos infantis vez ou outra ressoam pelo quarteirão; ao olhar para fora, não há sinal de sua fonte.
A internet está abandonada, salvo pelos estrangeiros para quem o ano já começou. Tudo que encontro em minha lista de contatos são pessoas ocupadas, ausentes. Cascos, na verdade. Sombras de quem não há.
A semana de Carnaval em São Luiz não está mais nos planos das pessoas que se sentem obrigadas a improvisar. O Brasil ainda está de férias e estará até domingo que vem. Prevejo que, a não ser pelos grandes entusiastas do samba-enredo, do Rio de Janeiro e da Rede Globo de Televisão, essa semana estará morta.
Hoje desci até o Salão de Festas. Ele ainda ecoa como ecoava no começo do ano. Instalaram-se portas e chaves. O salão que era meu amigo, meu refúgio, já não existe mais. Lá agora residem apenas ecos e memórias agridoces.
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