terça-feira, 26 de março de 2013

Feliz e contente

Essa frase é clássica. Um jargão, praticamente. "Estou feliz e contente".

Muitos aprendem na escola que feliz e contente são sinônimos. Então seria esse jargão uma redundância? Ora, se está feliz, logo está contente, e pronto, acabou. Não precisa dos dois.

Só que não é bem assim. Feliz é uma coisa, contente é outra. Podem ser similares, mas muitas vezes há oceanos de diferença entre eles.

Feliz é da felicidade, é de estar radiante, alegre, sorrindo porque algo bom aconteceu. E algo bom é algo que na nossa ideia faz bem para a nossa alma, o nosso ser. Felicidade é, para muitos, um objetivo, um troféu adquirido quando um desafio é vencido. Para outros, felicidade é uma consequência dos seus atos positivos, morais.

Contente não, contente vem de contentamento, de ter recebido algo que é o suficiente para determinado fim.   Não necessariamente é um sentimento positivo, é apenas uma dedução. Joãozinho está contente porque ele passou de ano. Ele estaria feliz se tivesse passado com a nota máxima, mas como tirou a nota mínima para passar de ano, está contente.

Está contentado, está acomodado (e não incomodado), está - talvez - estático, inerte.

Não consigo não imaginar que uma pessoa inerte esteja apenas esperando que algo aconteça. "Seja mais você", "a vida é sua, dê um jeito nela", "tome as rédeas da sua vida", "seja dono do seu próprio nariz", "faça acontecer", nenhuma dessas frases tem efeito com quem está contente. Elas são a nota máxima, não a média. A média contenta.

Desacredito e desaprovo das torcidas. De que nascemos e morremos sozinhos. Meu jogo se joga junto, basta todos querermos.

Jogar só contenta. Jogar junto é a felicidade.

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